A ansiedade de domingo

Saudações, 



As vezes eu tenho crises de ansiedade, mesmo medicada. Explicação para isso? Bem, sinceramente eu não tenho. Mas consigo identificar os motivos.

Consigo identificar os motivos, pois são equivalentes aos meus gatilhos. O que sempre desencadeou as crises de pânico e/ou ansiedade é meu atual emprego. Estou empregada lá há 2 anos e 6 meses, e as crises começaram no início do segundo ano. Por enquanto, sair de lá não é uma opção, por isso faço tratamento para enfrentar a situação.

Escrevo esta postagem em um domingo, o dia mais doloroso da semana. O dia que é certeza que a crise de ansiedade vem me encontrar. Sofro antecipadamente pela chegada da segunda-feira, saber que dentro de poucas horas terei que enfrentar aquele lugar, aquelas pessoas...
Tento me distrair, assisto vídeos/séries, ouço música, leio um livro... não adianta. O incômodo está instaurado, o suor nas mãos, a vontade de sumir, de se machucar, de gritar, de sair correndo, de comer.

COMER. Comer, dentro de todos esses impulsos, me parece o menos nocivo e é a esse impulso que me entrego, na tentativa de sentir algum alívio. Entenda que não há fome, não há motivo para comer. É por ansiedade, mastigar qualquer coisa que venha pela frente. É saber que sofro tanto que preciso da sensação de "recompensa" que a comida traz. Esse desespero, essa tormenta que é sofrer por um dia que nem chegou, por algo que talvez nem aconteça. E quando vejo, já comi muito e comi combinações inusitadas (como hoje, que comi pão com churrasco e iogurte).

Hoje consegui detectar que comia por ansiedade e não fui adiante, não comi mais. Mas, a culpa veio, sentou no meu ombro e pesa. Me sinto como Atlas, carregando o mundo nas costas, sim carrego um mundo nas costas, o meu mundo, mas está pesado demais. Quero muito soltá-lo, ou quem sabe achar um Hércules para segurá-lo por uns instantes para mim.

Eu queria me entregar ao oceano, para me libertar, como a Florence diz na música dela. Para ela, ir nos braços do oceano é a única solução que ela vê, e pede que não a deixe ir. Para quem ela pede, não sei. Mas eu também não quero ir.


Au revoir

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