Lilis escreve

Saudações,  As vezes eu tenho crises de ansiedade, mesmo medicada. Explicação para isso? Bem, sinceramente eu não tenho. Mas consigo identificar os motivos. Consigo identificar os motivos, pois são equivalentes aos meus gatilhos. O que sempre desencadeou as crises de pânico e/ou ansiedade é meu atual emprego. Estou empregada lá há 2 anos e 6 meses, e as crises começaram no início do segundo ano. Por enquanto, sair de lá não é uma opção, por isso faço tratamento para enfrentar a situação. Escrevo esta postagem em um domingo, o dia mais doloroso da semana. O dia que é certeza que a crise de ansiedade vem me encontrar. Sofro antecipadamente pela chegada da segunda-feira, saber que dentro de poucas horas terei que enfrentar aquele lugar, aquelas pessoas... Tento me distrair, assisto vídeos/séries, ouço música, leio um livro... não adianta. O incômodo está instaurado, o suor nas mãos, a vontade de sumir, de se machucar, de gritar, de sair correndo, de comer. COMER. Come

Saudações, Gatilho é a parte da arma responsável pelo tiro. É o mecanismo o qual acionado irá ocasionar o disparo. Sobre saúde mental, o significado é equivalente, porém este gatilho não se localiza em uma arma de fogo, mas sim em nossas mentes, podendo disparar as crises e/ou os sintomas.  Por mais que pessoas tenham os mesmos diagnósticos, os gatilhos raramente são os mesmos. Gatilho é uma coisa muito pessoal, muito íntima. Só a pessoa será capaz de identificar o que lhe faz medo. Para quem está de fora pode ser uma coisa ridiculamente simples. Mas só quem recebe o disparo sabe a imensa dor que isso pode lhe causar. Au revoir.

Saudações , Me deparei com esse estado nessa fase da minha vida. Estou inquieta. Ansiando por mudança, por adrenalina, emoção, empoderamento. Parece que se não fizer nada vou me sufocar. Como lidar com uma situação assim? Peguei ranço do que está estagnado na minha vida. A necessidade de mudança inunda meus pensamentos. Porém, sinto-me trancafiada em um lugar escuro, que não tem portas nem janelas. Por mais que tenha todo esse turbilhão de emoções, não consigo enxergar solução, não consigo agir. Não sei o que fazer com tanta vontade. Quero o novo, o desconhecido, a adrenalina da aventura. Mas não tenho forças. É como se estivesse em uma areia movediça. Cada tentativa, cada movimento, só suga as minhas energias e me levam pra baixo. Por isso desenvolvi uma espécie de modo automático. Eu tento não reagir a mais nada, assim não perco minhas energias e evito de escorregar mais pra baixo. Mas, isso não evita ir pra baixo, só prolonga mais o tempo. Não sei como f

Saudações, Normalmente o que me assusta em o remédio não é ele em si, o tamanho do comprimido (nesse caso) nem é grande. O que pega mesmo é a bula, que toma mais de 60% da caixa em que o remédio vem. E ela vem dobrada em várias partes, e quando você abre parece um mapa de letrinhas minúsculas. Tomei coragem e encarei a bula. Peguei meu óculos e me instalei em um lugar iluminado e comecei a leitura. Composição, Informação ao paciente, Informação técnica, Indicações, Contra-indicações, Precauções, mais blá blá blá e finalmente a parte que uma grande parte da bula: REAÇÕES ADVERSAS. Uma lista imensa de diversas situações/sintomas que podem ocorrer e a cada palavra lida desce um suor na espinha, e muitas delas sem um conhecimento prévio, acarreta em uma consulta na internet. Lembre-se de que, tudo que foi listado na bula são coisas que podem ocorrer e não que ocorrem em 100% dos casos. E se esse medicamento foi prescrito para você, foi porque um profissional, que é alguém

Saudações, PSIQUIATRIA - SAÚDE MENTAL - PSICOTRÓPICOS - ANSIOLÍTICOS - TARJA PRETA Não são palavras novas pra mim, mas são dolorosas. Ninguém nunca imagina acordar dizendo: "Hoje tenho consulta com o psiquiatra". Daí você busca a ajuda de que tanto precisa em um clínico geral, afinal, não tem ideia do que está acontecendo. Ele(a) lhe diz que esse tipo de acompanhamento deve ser feito pelo psiquiatra. Logo, o pensamento mais clichê possível invade seus pensamentos: "Psiquiatra? Médico de louco". Graças a Deus, a vontade de ser ajudada foi maior do que qualquer preconceito, e fui para a consulta com o dito cujo. Depois de toda a consulta, recebi o diagnóstico de agorafobia, mas depois descobri que seria muito mais do que isso. Saí do consultório com duas receitas, uma branca com um antidepressivo leve, e outra azul com o ansiolítico (remédio para ansiedade). Receitas azuis são prescritas para medicamentos tarja preta, aquelas que costumam fic

Saudações Eu busquei ajuda. Depois de muito tempo negando e sofrendo, eu precisei e quis ajuda. Descobri que não precisava sofrer sozinha, que admitir precisar de ajuda, não é sinal de fraqueza, mas sim a melhor escolha que eu fiz por mim mesma. Já se vão 8 meses de tratamento, tanto medicamentoso como terapia.  Houve determinada melhora, avanços, mas também tive alguns regressos. Mas precisamos entender que doenças mentais são como vários nós que te prendem. Isso, aqueles nós de marinheiro, aqueles que só muita paciência e muito trabalho duro conseguem tirar. Eu aprendi a pensar que em cada comprimido, cada terapia, um desses nós é desfeito. Mas é perfeitamente normal que no processo de desfazer os nós, você acabe descobrindo outros nós. Não adianta tentar fazer tudo correndo, desfazer nós é um processo que requer atenção, paciência e muito empenho de quem se dispõe a isso. E um detalhe: você irá desfazer os nós em si mesmo, é você que está amarrado, é muito mais compl

Saudações, É muito difícil se deparar com as situações do cotidiano sem ter forças para continuar. E o pior, sem aparentemente ter motivos para isso. Se você é do tipo de pessoa que não foge de enfrentamentos, é aí que começa a busca para conseguir entender a causa e procurar por uma rápida solução. Só que as coisas são muito mais simples nos pensamentos e mais complicadas na prática. E mesmo com a maior força de vontade que encontrar, parece ser incansavelmente doloroso. E por causar dor, vem o medo.  O medo nos faz temer pela nossa segurança, e para nós, corpo, manter-se vivo é essencial.  O corpo mandará diversas mensagens "ruins" para você entender que não se deve colocá-lo em situações de perigo. Porém, você pode ignorá-las, ou por entender que não são situações realmente ruins, ou por ter sede demais por adrenalina, compreender que só se vive uma vez e querer cada gotinha de experiencia, sendo ruim ou não. Só que no meu caso, o medo saiu do controle